Há algum tempo eu penso em escrever as memórias de nosso cãozinho, mas fui adiando, tomada por outros compromissos. Mas ainda é tempo, tempo de lembrar de muitas histórias, tempo de lhe fazer esta singela homenagem.
E foi de forma dramática que tudo ocorreu, tudo o que me fez sentar aqui e recontar: dois imensos cães jovens; uma moça desesperada; uma cirurgia de emergência; dias de intensa expectativa, entre a vida e a morte.
Mas esta é uma outra história, talvez seja melhor iniciar por onde tudo começou.

sábado, 10 de maio de 2014

Uma namorada para Woody


Woody cresceu forte e saudável. Tinha um belo porte, uma bela pelagem, era atento e inteligente. Enfim, um belo espécime de sua raça! E tantas qualidades nos faziam sonhar com Dundinhos, pequenos Dundizinhos correndo pela casa!

Mas esbarramos em dois problemas: o primeiro era que não havíamos registrado Woody, ele não tinha pedigree, e os donos das moças casadoiras pediam um. O segundo problema era que os criadores buscavam desejavam cães cada vez menores da raça, e Woody estava acima da média no quesito tamanho.

Aqui em Brasília só encontramos outro cão desta raça com o tamanho do Woody, se chamava Ulisses (sugestivo!), e tinha o mesmo problema para arrumar namoradas. As fêmeas eram em geral menores, mas quanto maior a diferença de tamanho, maior o risco da gestação terminar em cesariana.

Mas sempre deixamos nos pet-shops o contato para um enlace matrimonial, e um dia a dona de uma cachorrinha da raça de Woody ligou. Eu não me lembro do nome dela, acho que era Lua ou algo assim, aqui vou chamá-la de Lola.

Pois bem, Lola veio para passar uma semana conosco. Foram logo se cheirando, e Woody logo partiu para as vias de fato. Deixamos os dois à vontade, e creio que eles se entenderam. Depois disso se tornaram bons amigos, como um casal de longa data.

Era bonitinho de se ver. Onde estava um, estava o outro. Dormiam juntos na cama do Woody e se tornaram companheiros inseparáveis.

Lola era bem menor que Woody e sua pelagem um pouco mais clara. Ela não tinha seu porte atlético, e as pernas eram mais curtas. Seu latido era baixo e fininho, tão diferente do possante latido de nosso cão, e ela ficava cansada e arfando com facilidade.

Até para subir no sofá, ela precisava de nossa ajuda, ou não conseguiria sozinha. Comecei a desconfiar de que ela não tinha boa saúde. Será que tinha algum problema cardíaco, ou seria asmática? Mas guardei minhas suspeitas comigo mesma, afinal não queria parecer uma sogra enjoada.

Lola voltou para sua casa, e como não recebi mais notícias, liguei para a dona. Descobri que Lola não estava bem e havia sido internada. Depois disso não quis mais ligar e nem tive mais notícias dela.

E nós ficamos sem nossos Dundizinhos... Por outro lado seria difícil convencer a menina do meio a dar os cachorrinhos quando nascessem.

Ele já estava com oito anos e esta foi a única oportunidade que nosso cãozinho teve de se reproduzir. Uma pena!

(Foto: Woody e Lola no jardim)

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